domingo, 11 de maio de 2008

Dia das Mães em Cascavel-PR

Estava tudo pronto para esta, que seria até então a maior viagem que fiz de moto até hoje. Alforges carregados, um colchão de ar preso no banco traseiro da moto, roupas de frio, calçados, acessórios de higiene, capa de chuva, polainas, enfim, tudo muito bem amarrado à moto para que nada ficasse pelo meio do caminho.

Iria primeiramente para Ivaiporã-PR, acompanhando um amigo (pois ele nunca tinha pegado a estrada de moto), e depois seguiria até Cascavel-PR, para passar o dia das Mães com minha querida Mãe.

Programamos de sair no sábado bem cedo, às 06 da manhã, e com um pequeno atraso, às 06:30 já estávamos na estrada.

A previsão do tempo disse que faria entre 7 e 14 graus pela manhã, portanto coloquei jaqueta de couro e luvas, porém achei desnecessário uma blusa de lã por baixo. Erro meu, pois logo na saída a sensação que estava é que a temperatura estava abaixo de 0 (Zero) grau.

Logo nos primeiros kilômetros, coisas que você aprende sofrendo. A viseira do capacete, a bolha e os espelhos embaçavam a todo momento. Eu li uma vez um relato de um motociclista que foi para o Chile, e ele disse que em temperaturas baixas, era aconselhável passar um spay anti-embaçante na viseira do capacete. Como a empolgação era tamanhã por esta viagem, este detalhe passou depercebido. Ainda bem que a estrada estava tranquila e nos momentos em que eu via que iria embaçar de vez, eu abria um pouco a viseira para poder enxergar melhor.

Saímos da pista dupla já perto de Floresta e tomamos o rumo à Ivaiporã. Assim que o sol mostrou seus primeiros raios naquela manhã, fizemos uma rápida parada à beira da estrada para colocar os óculos de sol. Ao olhar para o lado, uma visão deslumbrante: O sol surgindo, em meio à névoa da manhã, que cobria as plantações e deixava a paisagem com um ar de serra. Coisa linda de se ver, pena que deixei a cam dentro da mochila e pra não atrasar muito a viagem não quis desamarrar tudo apenas para tirar a cam. Mais tarde, me arrependi de não ter feito isso. Há muito tempo que não vejo um nascer do sol tão belo como aquele (mesmo num dia muito frio).

No caminho, pude sentir o orvalho da manhã, aquela brisa gelada que faz a temperatura desabar quando surgem os primeiros raios de sol. A paisagem ao longe era composta de longos campos cobertos de geada e uma leve névoa nos locais mais baixos. Tinha até esquecido do frio, de tão bela era a paisagem que a todo o momento eu fazia questão de observar. Era um olho na estrada e outro na paisagem.

Paramos para abastecer em São Pedro do Ivaí, e aproveitamos para tomar um café para esquentar. Ao sairmos sentido São João e posteriormente Ivaiporã, uma tremedeira tomou conta de mim. Não estava tão frio como quando saímos, só que a parada fez com que o corpo tivesse que se acostumar novamente com o vento frio que batia em minha roupa e os pés quase não paravam quietos nos pedais da moto.

Chegamos em Ivaiporã e acompanhei meu amigo até a casa dele. Fui ao banheiro e já parei em um posto para abastecer a moto e seguir caminho.

A partir daí, meu caminho se tornou uma viagem solitária. Seriam mais 300 kilômetros até Cascavel, e como eu não estava com muita pressa, programei 2 paradas para abastecimento. Até Engenheiro Beltrão, a estrada apesar de pequena, e sem acostamento em alguns trechos, estava muito boa e com pouco movimento. Era engraçado ver a reação das pessoas que eu encontrava pelo caminho, que ao verem uma moto carregada de mochilas abriam um largo sorriso e da sua maneira, saudavam a minha passagem, seja acenando, seja buzinando ou apenas um vago olhar acompanhando minha moto até que ela se transformasse em apenas um pequeno ponto na paisagem.


Parei em Campo Mourão para abastecer e comer alguma coisa. Aproveitei para ligar para minha irmã informando onde eu estava e que horas estava previsa a minha chegada.

Rodei mais uns 100 kilômetros e parei em um ponto de excursão em Ubiratã, abastecendo novamente a motoca e fazendo meu almoço por ali mesmo. Aproveitei para tirar algumas fotos na estrada, apoiando a cam em uma pedrinha, no alfalto.

Na estrada novamente, agora a próxima parada seria Cascavel, que depois de alguns meses, estaria de volta à terrinha que eu morei, antes de vir para Maringá-PR (há quase 10 anos).

Chegado ao destino, fui direto para a casa da minha irmã e logo em seguida, fui ver minha Mãe. A saudade era imensa e a melhor coisa ao vê-la foi receber aquele abraço gostoso de Mãe.

Passamos um bom tempo conversando e colocando as notícias em dia. Mais tarde fomos ao mercado e à casa de uma amiga dela para que eu mostrasse como salvar as fotos do Orkut e colocá-las em seu álbum. Dormi de sábado pra domingo na casa da minha irmã e no outro dia a Carla (minha irmã) fez um almoço bem gostoso e comprou um bolo, pra comemorarmos este dia tão especial.

Tiramos algumas fotos e logo tive que carregar novamente a Madonna (minha motoca). Como não queria viajar à noite, e nosso almoço atrasou porque acordamos tarde, nem deu tempo de saborear muito a comida. Apenas conversei um pouco com minha Mãe, fomos até no posto para comprar refrigerante e combinar o que faríamos a partir daquele dia (estou querendo abrir um negócio bem legal pra ela, que irá lhe garantir uma renda muito boa, a médio prazo).


Com a moto carregada, engraxei a corrente da moto e me despedi da minha Mãe e minha irmã, tomando o caminho de volta à Maringá-PR. Teria que passar em Ivaiporã novamente pra pegar o Cézar (meu amigo) e vir para casa.

Parei num posto BR, tradicional em Cascavel, para encher o tanque e fiquei empolgado com o preço da gasolina: R$ 2,08. Sabia que com o tanque cheio, conseguiria chegar tranquilamente em Campo Mourão, com uma certa sobra de combustível. Porém, antes mesmo de chegar em Mamborê, a moto apagou, e tive que posicionar a torneira para abrir a reserva da moto. Aquele maldito combustível barato fez com que caísse a média drasticamente, diminuindo a autonomia da moto em pelo menos 50Km. Por sorte, a quase pane seca se deu a poucos kilômetros de Mamborê, e mesmo na reserva, consegui chegar à um posto de gasolina que tinha alguns kilômetros à frente.

Enchi novamente o tanque e segui caminho. Parei para tirar algumas fotos, ao lado de algumas plantações que estavam começando a mostrar suas folhas. Ainda tinha na lembrança a cena do amanhecer do dia anterior e mediante à uma paisagem bela como aquela, não quis ficar com aquela mesma sensação de culpa que tivera um dia antes.


Subi na motoca ao sair da rodovia pedagiada, peguei novamente o caminho para Ivaiporã, em Engenheiro Beltrão. Passando por Quinta do Sol, senti meu ceular vibrar. Parei para atender e era o Cezar, sugerindo que eu o esperasse em São Pedro do Ivaí, pois ele viria ao meu encontro. Uns 30 minutos depois já estava no local marcado com ele.

Esperei um bom tempo e como ele não chegava, resolvi ir até o trevo para ver se encontrava com ele. Esperei mais um tempo no trevo e como o lugar era meio deserto, voltei para a cidade e o aguardei num posto da polícia rodoviária.
Assim que ele passou por mim, acenei e paramos logo à frente para abastecermos, pois a próxima parada seria somente em Maringá.

Pegamos a estrada de volta e a noite caiu rapidamente. Viajamos um bom trecho num breu total, pois a estrada mal tinha faixas pintadas, quem diria então aqueles "olhos de gato". Fui à frente, pois minha moto tem farol de milha e iluminava muito bem, mesmo naquele aslfalto escuro e sem faixas.

Chegando em Floresta, tivemos a infelicidade de ficar atrás de alguns caminhões carregados de cana (conhecido também como Treminhão, pois é uma carreta puxando 3 vagões carregados de cana). Era um trecho com poucos pontos de ultrapassagem e tinha carros atrás de nós, e também, vindo ao nosso encontro. Foram alguns kilômetros bastante desagradáveis, onde a atenção teve de ser tripicada, até que num certo ponto conseguimos ultrapassar os caminhões.

Logo em seguida chegamos na pista dupla, e já estávamos há pouco mais de 20km's de Maringá. O movimento na estrada estava intenso, porém, sem caminhões, apenas carros. Por isso ficamos o tempo todo na pista da direita para não complicar ainda mais o trânsito.

Chegamos em Maringá e passamos na casa da Janaína (minha namorada) para convidá-la para comer uma pizza com a gente. Como ela já tinha jantado, fomos eu e o Cezar em uma Pizzaria perto de casa para matar a fome e comemorar com uma cerveja bem gelada o nosso feito.

Foram quase 900Km rodados em 2 dias e esta viagem abriu precedentes para que nas próximas datas comemorativas, eu vá visitar meus parentes mais próximos.

Em Agosto, planejo fazer uma viagem de mais de 2.000Km's. Quero descer para Itapema-SC, passar o dia dos Pais com meu Pai, e depois extender até Carazinho-RS (ver meus Avós Paternos), passando por Garopaba-SC (para visitar meu Brother Dú) e descendo a Serra do Rio do Rastro (entre Lauro Muller e São Joaquim). Na volta, pretendo vir por dentro, passando em Francisco Beltrão-PR (visitar meus Tios e Primos), Laranjeiras do Sul-PR (visitar minha Vó materna, Tios e Primos) e também Cascavel-PR (ver minha Mãe novamente).

A Rota desta viagem está no Link abaixo:
Rota para o Dia dos Pais

Abraços a todos e Let's Ride!