quinta-feira, 27 de março de 2008

A Primeira vez é inesquecível

Após comprar a motoca, faltava fazer o óbvio: pegar a estrada com ela.

A convite do Rodrigo, antigo proprietário da Madonna (sim, ela tem um nome), combinamos de fazer uma viagem curta, até Mauá da Serra-PR. Seriam 120km's para conhecer o que é rodar de moto em uma rodovia.

Durante toda a semana, tentamos recrutar amigos para o passeio, porém quase todos nos deram uma resposta negativa, exceto o Edmilson (Amigo de longa data, e o responsável por eu estar em Maringá hoje). Como ele (Edmilson) mora em Apucarana, combinamos de encontrá-lo no trevo de sua cidade, uma vez que é caminho.

Eram 6:30hrs da manhã do domingo, dia 11/Novembro/2007, quando saímos de Maringá rumo à Mauá da Serra. Logo no início, aquela insegurança, de como a moto iria se comportar em uma velocidade acima de 100km/h. Td bem que ela estava equipada com Bolha (Parabrisa Dianteiro, que ajuda a desviar o vento) e eu também estava com roupas adequadas, para proteger do vento e do frio.

Passamos por Sarandi e Marialva e logo em Mandaguari fizemos uma parada para o Rodrigo passar no caixa eletrônico e sacar dinheiro, pois ele seguiria viagem até Curitiba. Saímos de lá e deixamos a pista dupla do trecho Maringá-Londrina para entrar em rodovia de pista simples, onde logo nos primeiros kilômetros, conheci o que era passar a 110Km/h por um caminhão carregado e em alta velocidade.

O susto foi tão grande que parece que o Piloto Automático entrou em ação (leia-se: Meu Anjo da Guarda). A moto chacoalhou toda e o tapa que levei do vento foi como se eu tivesse levado uma sarrafada no peito.

Passado o susto, comecei a me concentrar na estrada e ganhar confiança. Como o Rodrigo estava com uma esportiva de 900cc, tive que "tirar água de pedra" para poder acompanhá-lo. Chegando em Apucarana, encontramos com o Edmilson e ele passou a nos acompanhar até Mauá da Serra.

Passado os primeiros 80km's, posso dizer que comecei a curtir a viagem. Foi como ter feito a travessia do medo para o prazer. Não esqueço do momento que olhei à direita e vi o Horizonte ao longe, ao mesmo tempo que o asfalto passava rápido por baixo de mim. Realmente, estava descobrindo o que viria a tornar o meu vício, minha válvula de escape.

Quando você está na estrada, dá pra sentir o cheiro das plantações de café, o cheiro do chão molhado, as brisas geladas nos lugares mais baixos. Uma sensação incrível, que só quando se está de moto você consegue sentir.

Passando por Califórnia-PR, as pessoas olhavam com curiosidade para nós. Não sei por quê, mas quando um Grupo de Motociclistas passa por um lugar, chama a atenção das pessoas.

Finalmente, uma hora e 20 minutos depois, chegamos em Mauá da Serra e fomos tomar um café da manhã na Holandeza (Restaurante beira de estrada muito conhecido na região). Pedi um suco de laranja e um baurú (com pão caseiro e queijo de colônia). Aproveitei para comprar uns docinhos caseiros e outras gulosemas pra levar para a Janaína e pra família dela.

Carreguei os alforges e tiramos algumas fotos antes de partir. O Rodrigo seguiu viagem enquanto Eu e o Edmilson iniciamos nossa volta para Maringá (ele me acompanhou até aqui).

No caminho de volta foi tudo tranquilo, exceto pela dor, no momento em que um caminhão que estava à minha frente levantou uma pedra no asfalto e fez com que a pedra acertasse em cheio minha canela. Que vontade de chorar!!! (rs)


Fora isto, deu pra aproveitar cada Km da viagem, cada paisagem, cada aroma de plantação. O asfalto passando rápido embaixo dos meus pés, a paisagem ao longe, e a sensação de liberdade, são coisas que por mais que eu me esforçe, não conseguirei descrever.

Chegamos em Maringá e logo o Edmilson teve que voltar pra Apucarana, pois a filha dele ligou, dizendo que estava indo visitá-lo. Levei os docinhos para a Janaína e voltei pra casa para um bom e relaxante banho.

Um domingo que para muitos seria um dia perdido, pra mim foi um dia perfeito.


E a combinação "Moto e Estrada" finalmente passou a ter um significado diferente para mim.


Foto: Edmilson Molinari

Um comentário:

Anônimo disse...

É por isso q eu digo: yeah yeahhhhhh