terça-feira, 1 de abril de 2008

Byzwka Moto Rock Bar

Lembro que estava escrito no cartaz do encontro: "Os bons tempos voltaram!"

Não não tinha conseguido ir no encontro passado, esperava por uma nova oportunidade de conhecer o Bar do Byzwka. E lá estou eu, de novo, no telefone procurando alguém pra ir junto para Paranavaí-PR.

Chegou o sábado (15 de Março de 2008) e ainda não havia encontrado nenhum parceiro de estrada que pudesse ir. Já tinha desistido da viagem, e pra não passar o final de semana em branco resolvi dar uma volta com a Madonna pela cidade mesmo.

Foi quando passando pelo posto do Estância, vi um grupo de motociclistas estacionados. Fui até eles e vi que o Ali estava com o Grupo. Como já estavam de saída, falei para irem na frente que eu encontrava com eles lá, pois ainda teria que passar em casa pra colocar uma calça e pegar minha jaqueta de couro.

Fui pra casa rapidinho, carreguei os alforges com meu "Kit de Sobrevivência" (Jaqueta de Couro, Roupa impermeável para chuva, luvas, polainas e é claro, a Isadora, Cam da Janaína, mas que eu uso com freqüência).

Passei no posto abastecer e segui sozinho para Paranavaí. Era a primeira vez que eu pegava a estrada sozinho, mas como era de dia e eu já estava um pouco habituado com viagens de moto, saí sem receio algum.

Viajar sozinho também é legal. Tem horas que é só você e a estrada. É um ótimo momento para pensar na vida, nos amigos, familiares, refletir sobre suas atitudes e por que não dizer "Conversar um pouco com Deus". Depois desta viagem solitária (trecho de ida), penso que deveria fazer isto mais vezes.

Também aproveitei para testar um pouco como estava o motor da minha motoca. Já que a estrada estava boa, não tinha muito movimento, e alguns trechos são em pista dupla, andei na média de 120-130 Km/h. Acreditem: minha Viraguinho consegue manter esta velocidade facilmente. O segredo? Talvez seja pelo fato de eu ter trocado a coroa, de 45 para uma de 40 dentes, deixando as marchas mais longas e fazendo com que o motor trabalhasse com folga, mesmo acima dos 110Km/h.

Foi engraçado, porque tinha um Vectra que estava tentando me alcançar, e ele simplismente não chegava. Pra não deixar o cara irritado, tirei um pouco a mão do acelerador e dei passagem em um trecho de pista dupla. Quando passaram por mim, todos ficaram olhando com um certo ar de curiosidade.

Cheguei numa boa em Paranavaí e ao entrar na cidade, um fato curioso. Parei em um sinal vermelho e um carro parou logo atrás de mim. Só escutei o barulho de pneu cantando e um barulho alto indicando que houvera uma forte batida. Não é que uma mulher não viu o semáforo e encheu a traseira do carro que estava parado atrás de mim? Fiquei pensando: se este carro não estivesse alí, seria eu. Que coisa, hein? (rs)

Mas tudo bem, cheguei em frente ao Bar e mesmo sem conhecer ninguém já me senti em casa. Um bando de motociclistas de final de semana (assim como eu), com suas motos paradas nos dois lados da rua, na quadra toda praticamente.


Logo ao descer da motoka, um cara gordinho já ofereceu um espaço para eu estacionar e quis tirar uma onda comigo dizendo que o estacionamento era R$10,00. Mais tarde, conheci a figura: um indivíduo antológico, sempre presente nos encontros de motociclistas da região e conhecido como "Bolinha" (de Cianorte). O cara era mesmo uma figura.

Entrei no bar e já vi o Ali. Ele me recepcionou e disse pra eu ficar à vontade, que tinha banda tocando, loja de artigos para motociclistas, espetinho, cerveja, etc.

Sabe aquelas cenas de filme? Um bando de caras tatuados, barbudos, com roupas de couro e muito Rock N'Roll tocando. Fui entrando no bar e logo vi nas paredes um monte de cartazes, fotos e discos pendurados na parede e no teto. Ao lado de onde a banda tocava, acreditem: tinha uma cadeira elétrica (rs).


Cara, o Byzwka Moto Rock Bar era mesmo aquilo que a galera falava: um lugar que parece existir só em filmes. E tantas coisas que há muito tempo eu não via (e não ouvia), tive a oportunidade de presenciar. Na hora lembrei da frase do cartaz e tive que concordar.

Tomei algumas cervejas, comi um espetinho e curti um som legal que a banda estava tocando. Aproveitei para tirar algumas fotos e filmar alguns trechos de música. Rock'n Roll puro!!!

Antes de ir embora, comprei alguns adereços para incrementar o meu visual de Motociclista Rebelde (rs): um lenço com uma caveira estampada, uma camiseta com estampa de uma asa com as escritas "Moto Custom", uma bandana com o logo da Harley, um chapéu com Caveira e um Boton, e uma camiseta da Harley para a Janaína (claro que tinha que levar alguma coisa pra minha amada, né).

Aproveitei e troquei uma idéia com o Byzwka e ficamos de conversar pra eu montar um site para a loja dele. O cara é super gente boa e no próximo encontro que tiver lá, já garanti que estarei presente.

Para ir embora, esperei o pessoal de Maringá se reunir, para eu voltar com eles. Tive a oportunidade de conhecer o Marcão (brother que sempre tá rodando com a galera), o Lídio (cara gente fina também) e mais um casal que não me recordo o nome (ou não fui apresentado formalmente, não lembro).

Liguei para a Janaína e ela disse que a gente deveria vir logo para Maringá, pois estava formando um temporal nas proximidades. Olhei para o céu (em Paranavaí) e estava tudo azul. Pensei que talvez pegássemos essa chuva chegando em Maringá, ou até mesmo ela desviasse, como aconteceu na viagem da semana anterior, voltando de Cianorte.

Saímos do bar, passamos no posto abastecer as motos e o grupo seguiu de volta para Maringá. Logo na saída, um pequeno imprevisto na minha moto: o farol traseiro apagou. Acendia apenas quando eu freiava. O Marcão logo percebeu e ficou o tempo todo atrás de mim, para sinalizar para os carros que tinha um grupo de motociclistas à frente. O cara foi parceiro pra caramba.

Voltamos e já durante a noite, no meio do caminho, os relâmpagos começaram a rasgar o céu, indicando que algo bom não estava à nossa frente. Pouco tempo depois começaram os fortes ventos e dava pra ver durante o clarão dos relâmpagos, o quanto as copas das árvores estavam inclinadas por causa do vento.

Agora a única coisa que tínhamos a fazer é nos concentrar na estrada e pilotar com cautela, para chegar com segurança em Maringá. Mas, o que não queríamos aconteceu: caiu um "pé d'água" que parecia mais chuva de granizo. Passando por Mandaguaçú a chuva engrossou ainda mais e como estávamos perto, ninguém fez sinal pra parar, mesmo porque pela intensidade que estava o temporal, achamos que não passaria tão rápido assim. Viemos debaixo de muita chuva, com velocidade um pouco reduzida para não correr riscos.

Chegando em Maringá, sinalizei para os companheiros (agradecendo e me despedindo) e tomei o rumo para a casa da Janaína. Ela estava em uma pizzaria quase em frente à casa dela, com o Pai e com a Mãe dela. Mostrei pra eles o que tinha comprado lá e dei a camiseta da Harley para ela.

Comi uma porção de batata frita, conversei um pouco com eles e fui pra casa para tomar um banho e tirar a roupa molhada.

Foi uma viagem que valeu à pena por vários motivos: ter rodado sozinho e refletido um pouco sobre minha vida, ter conhecido uma galera bacana e descolada, e também por saber que existe um "oásis no deserto", um lugar que será o meu refúgio quando eu quiser desligar um pouco do meu mundo e adentrar no universo que para muitos só existe em filmes e histórias de pessoas que já passaram por estes lugares.

Agora é só esperar por outro encontro lá no Byzwka Moto Rock Bar, afinal, "Os Bons Tempos Voltaram!"

Um comentário:

Maria Paula disse...

Olá, tudo bem??
Meu nome é Maria Paula e sou de São Paulo.
Descobri seu blogger na comunidade de motociclistas do orkut.
Pretendo fazer com um amigo uma viagem sensacional em 2009. Vamos conhecer toda a America do Sul de moto!! Ele é motociclista experiente q já fez várias viagens assim na Europa e eu sou de primeira viagem rsrsrs. Vou na garupa dele.
Adoraria conversar com vc para trocar experiências, informações e para q vc me ajude a enfrentar o medo q estou sentindo de encarar essa viagem.
Esse meu amigo hj mora em Londres e por isso não tenho conversado muito com ele.
Adorei ler seus relatos e quero saber mais sobre como é pegar chuva no asfalto, como evitar essas pedrinhas q batem no joelho rsrsrs, quero saber sobre q roupas usar, sobre quedas...enfim...o q vc puder me ajudar.
Desde já fico grata.
Meus mails de contato são:
paula_artemis@yahoo.com.br
paula.artemis@gmail.com

Abraços